Os alertas sobre o aquecimento global emitidos pelas Nações Unidas têm ecoado em todo o mundo, mas o que realmente sustenta essas advertências? A resposta reside na meticulosa ciência que avalia sete indicadores fundamentais para monitorar o estado do sistema climático global. Este processo abrange uma vasta gama de observações, desde o fundo do mar até o topo da atmosfera, empregando uma extensa rede de estações, satélites e radares distribuídos pelo globo.
- Temperatura Média do Ar na Superfície: Utilizando dados de estações de medição espalhadas pelo mundo e modelos climáticos avançados, os cientistas calculam a temperatura média do ar na superfície. Em 2023, registrou-se o ano mais quente desde que as medições começaram em 1850, com os últimos nove anos sendo os mais quentes já registrados.
- Conteúdo de Calor do Oceano: Através de medições em várias profundidades, os cientistas monitoram o aumento do conteúdo de calor dos oceanos, que tem demonstrado um aumento significativo nas últimas décadas, absorvendo cerca de 90% do excesso de calor devido ao aumento do efeito estufa.
- Aumento do Nível do Mar: O nível do mar tem aumentado consistentemente, com projeções indicando uma aceleração preocupante, principalmente devido ao aquecimento dos oceanos e ao derretimento das calotas polares, podendo elevar-se quase um metro até o final do século.
- Massa Glacial: As geleiras têm experimentado uma diminuição alarmante na espessura desde os anos 70, com registros recentes apontando para uma tendência preocupante de derretimento, o que pode ter implicações significativas no nível do mar.
- Extensão do Gelo Marinho: A redução na extensão do gelo marinho, como evidenciado pela diminuição do gelo na Antártica, está exacerbando ainda mais o ciclo de aquecimento ao diminuir a capacidade da Terra de refletir a luz solar.
- Acidificação do Oceano: A absorção de CO2 pelos oceanos está aumentando sua acidez, ameaçando ecossistemas marinhos e a segurança alimentar devido ao impacto na pesca e aquicultura.
- Concentração de Gases do Efeito Estufa: A concentração de gases do efeito estufa, particularmente CO2, atingiu níveis alarmantes, impulsionados principalmente por atividades humanas desde a Revolução Industrial, desencadeando um desequilíbrio climático sem precedentes.
Esses indicadores são monitorados com rigor por instituições de renome, como a NASA, NOAA, Met Office, ECMWF, Berkeley Earth e JMA, que colaboram globalmente para coletar dados confiáveis e robustos. O consenso científico é claro: 97% dos especialistas concordam que as atividades humanas são responsáveis pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas.
Essa cooperação internacional e o compartilhamento de dados são essenciais para entendermos as causas e implicações do aquecimento global, destacando a urgência de ações coordenadas para mitigar seus impactos devastadores.
Silvano Saldanha/JN LIBERTTI
Fonte informações: ONU