Irã Suspende Cooperação com AIEA Após Ataques

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, anunciou nesta quarta-feira a suspensão da cooperação do país com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), decisão que marca um novo capítulo nas tensões envolvendo o programa nuclear iraniano. A medida, relatada pela mídia estatal, ocorre após ataques aéreos conduzidos por Israel e pelos Estados Unidos contra importantes instalações nucleares iranianas, em um contexto de crescente desconfiança entre Teerã e a comunidade internacional.

A decisão de Pezeshkian segue a aprovação unânime de uma lei pelo parlamento iraniano na semana passada, que determinou a interrupção da colaboração com a AIEA, órgão responsável por monitorar atividades nucleares no âmbito do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). A lei recebeu o aval do Conselho Guardião, entidade que supervisiona a legislação no Irã, e foi encaminhada ao Conselho Supremo de Segurança Nacional, presidido por Pezeshkian, para implementação. Embora detalhes sobre a extensão dessa suspensão não tenham sido divulgados, a medida sinaliza uma postura de confronto em resposta aos recentes ataques às instalações de Fordow, Natanz e Isfahan, conduzidos em 22 de junho por forças conjuntas dos EUA e Israel. O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que os ataques “destruíram totalmente” essas instalações, atrasando o programa nuclear iraniano por décadas, embora autoridades iranianas contestem a magnitude do dano.

O programa nuclear do Irã tem sido objeto de controvérsia há anos. O acordo nuclear de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), limitava o enriquecimento de urânio pelo Irã a 3,67%, suficiente para gerar energia, mas bem abaixo dos 90% necessários para armas nucleares. Em contrapartida, sanções internacionais foram aliviadas. Contudo, a retirada unilateral dos EUA do acordo em 2018, sob a administração Trump, desencadeou uma escalada de tensões. Desde então, o Irã passou a enriquecer urânio a até 60%, nível próximo ao necessário para armas nucleares, e acumulou estoques que, segundo a AIEA, poderiam ser usados para fabricar múltiplas bombas, caso o país optasse por esse caminho. Apesar de Teerã afirmar que seu programa é pacífico, relatórios da AIEA e de agências de inteligência ocidentais apontam que o Irã manteve um programa de armas nucleares até 2003.

O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, alertou que o Irã poderia retomar o enriquecimento de urânio em poucos meses, destacando que as capacidades técnicas do país permanecem intactas, mesmo após os danos causados pelos ataques. Em entrevista à CBS News, Grossi enfatizou que a suspensão da cooperação com a AIEA compromete a transparência e dificulta a verificação das atividades nucleares iranianas. A decisão também gerou reações internacionais. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, classificou a medida como uma “renúncia escandalosa” às obrigações nucleares do Irã, pedindo que nações europeias signatárias do JCPOA acionem o mecanismo de “snapback” para restaurar sanções da ONU. Já o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, chamou a suspensão de “inaceitável”, enquanto Trump indicou que sanções poderiam ser suspensas caso o Irã adote uma postura pacífica.

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A suspensão da cooperação com a AIEA reflete a percepção iraniana de que a agência foi complacente com os ataques ocidentais, especialmente após uma resolução da AIEA em junho que acusou o Irã de violar suas obrigações no TNP. Autoridades iranianas, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, acusaram a AIEA de parcialidade e justificaram a medida como uma resposta às agressões. Araghchi, no entanto, sinalizou que a diplomacia permanece uma possibilidade, embora negociações com os EUA não devam ser retomadas imediatamente.

A decisão de suspender a cooperação com a AIEA coloca o Irã em uma posição delicada no cenário internacional. Por um lado, fortalece a narrativa de unidade nacional contra ameaças externas, como defendido pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, que recentemente declarou uma “vitória” contra Israel e os EUA. Por outro, a medida pode isolar ainda mais o país, dificultando a retomada de negociações diplomáticas e aumentando o risco de novas sanções. Enquanto o Irã avalia os danos às suas instalações nucleares e planeja os próximos passos, a comunidade internacional observa com preocupação, temendo que a escalada de tensões possa levar a uma crise nuclear de proporções ainda maiores.

Fonte: Euro News

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