As chuvas intensas e inundações repentinas no leste e no sul da Espanha resultaram em um desastre natural sem precedentes, deixando pelo menos 72 mortos e dezenas de desaparecidos. O fenômeno, causado por uma gota a frio, afetou drasticamente a vida cotidiana, interrompendo transportes e causando grandes estragos em diversas comunidades.
As regiões do leste e sul da Espanha, especialmente Valência e Castilla La Mancha, foram as mais afetadas pelas inundações causadas pelas fortes chuvas e tempestades de granizo. A tragédia, descrita como um dos piores desastres naturais das últimas décadas no país, resultou em cenas dramáticas, como carros arrastados pelas ruas, casas alagadas e pessoas presas em áreas inacessíveis. Os serviços de emergência locais confirmaram pelo menos 70 mortos na região de Valência e outras duas mortes em Castilla La Mancha.
Em resposta ao desastre, o governo espanhol ativou um comitê de crise e mobilizou mais de 1.600 soldados das unidades de resposta de emergência. Helicópteros foram acionados para resgatar pessoas isoladas e salvar vítimas presas em casas e veículos. A gravidade da situação levou à declaração de três dias de luto em homenagem às vítimas.
Além dos danos causados às vidas e residências, as inundações provocaram transtornos significativos na infraestrutura de transporte. Um trem de alta velocidade com quase 300 passageiros descarrilou perto de Málaga, mas felizmente sem deixar feridos. A operadora ferroviária ADIF suspendeu serviços entre Valência e Madri, e a autoridade de aviação civil, Enaire, registrou desvio de voos em cidades como Valência, Madri, e Barcelona, bem como nos aeroportos de Alicante e Málaga.
A agência meteorológica espanhola, AEMET, declarou que o fenômeno é resultado da chamada “gota fria”, quando ar polar frio encontra águas quentes do Mediterrâneo, criando condições propícias para chuvas intensas e inundações. Este evento climático foi classificado como o pior do século na região de Valência, reforçando a urgência em medidas de adaptação climática.
A Espanha está enfrentando o desafio de reconstruir as áreas afetadas e lidar com as consequências desse evento climático extremo. A solidariedade internacional se manifesta, com a União Europeia pronta para fornecer assistência e suporte através do sistema Copernicus. Especialistas indicam que a frequência e intensidade de eventos climáticos extremos estão ligadas às mudanças climáticas, destacando a importância de políticas de resiliência e prevenção.
A tragédia deixou uma marca profunda na Espanha e levantou um alerta sobre os impactos das mudanças climáticas, reiterando a necessidade de ações mais intensivas para mitigar seus efeitos.
Fonte: Euro News/Ap/Libertti