Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Além da pena, os réus foram condenados a indenizar as famílias das vítimas, totalizando R$ 706 mil por danos morais para cada um dos familiares de Marielle e Anderson. Também foi decretado que uma pensão será paga ao filho de Anderson, Arthur, até ele completar 24 anos.

Após mais de seis anos de espera, a justiça finalmente deu um veredito para o caso que chocou o Brasil. O 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. A sentença foi dada na noite desta quinta-feira (31), encerrando um julgamento histórico.

A decisão veio após dois dias de intensas alegações no tribunal, onde promotores e advogados dos réus apresentaram seus argumentos. Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos, foi condenado a 78 anos, 9 meses e 30 dias, enquanto Élcio de Queiroz, motorista do veículo usado no crime, recebeu uma pena de 59 anos, 8 meses e 10 dias. Ambos foram considerados culpados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves (assessora de Marielle) e receptação do carro utilizado na execução.

Além da pena, os réus foram condenados a indenizar as famílias das vítimas, totalizando R$ 706 mil por danos morais para cada um dos familiares de Marielle e Anderson. Também foi decretado que uma pensão será paga ao filho de Anderson, Arthur, até ele completar 24 anos.

Durante a leitura da sentença, a juíza Lúcia Glioche enfatizou a importância da decisão como um símbolo contra a impunidade. “A justiça por vezes é lenta, é cega, é burra, é injusta, é errada, é torta. Mas ela chega”, afirmou a magistrada, destacando a relevância da liberdade como direito fundamental retirado dos criminosos.

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O caso de Marielle Franco, que ocorreu em 14 de março de 2018, envolveu questões fundiárias e interesses políticos que, segundo as investigações, motivaram o crime. Um dos pontos de atrito seria o Projeto de Lei 174/2016, que buscava regularizar um condomínio na Zona Oeste do Rio de Janeiro, indo contra interesses do grupo político de Chiquinho Brazão, irmão de Domingos Brazão, apontado como um dos mandantes.

Os promotores de justiça argumentaram que os réus não mostraram remorso e firmaram acordo de delação premiada apenas por saberem que a condenação era inevitável. Imagens e gravações apresentadas pelo Ministério Público mostraram que Lessa começou a se preparar para o crime com meses de antecedência, monitorando a rotina de Marielle e buscando formas de dificultar o rastreamento de sua movimentação.

Por outro lado, as defesas de Ronnie e Élcio contestaram a motivação torpe e o envolvimento político na execução, pedindo que as condenações fossem aplicadas apenas com base nos atos diretamente relacionados ao caso.

A condenação de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz representa um marco na luta contra a impunidade e pela justiça no Brasil. Após anos de investigações e incertezas, as famílias de Marielle e Anderson finalmente obtêm uma resposta. No entanto, o caso ainda não está completamente encerrado, pois os supostos mandantes, incluindo o conselheiro do TCE-RJ Chiquinho Brazão e seu irmão Domingos Brazão, permanecem sob julgamento no Supremo Tribunal Federal. Este desfecho parcial serve como um lembrete de que a busca pela verdade e pela justiça continua.

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Fonte: Agência Brasil

By rede33

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